Qual é o Problema do Plástico?


Artigo por: Teresa Pinho | 14ºC

O século XXI tem um inimigo comum que sofreu um “boom” nos últimos 60 anos – O Plástico. A verdade é que é um material com inúmeros benefícios. No entanto, e como tudo o que é demais é exagero, a sobreprodução do plástico têm vindo a ter consequências muito nefastas no meio ambiente. Mas será o plástico só por si o culpado? Vamos conhecer os tipos de plásticos, as vantagens e desvantagens e quais são recicláveis e como os utilizar e reutilizar de forma mais consciente.

Afinal, o que é o plástico?

Um plástico é qualquer objeto que seja obtido pela modificação química de polímeros provenientes, na sua grande maioria, do petróleo. Pode tomar várias formas como líquidas (resinas), sólidas moldadas (borrachas), fibrosas (garrafas), esponjosas (esferovite), folhas, massas, entre outros. Tolera temperaturas altas e é resistente à oxidação e a condições meteorológicas adversas. As diferentes temperaturas de ebulição dos diferentes plásticos permite que haja uma separação dos mesmos através de processos de destilação /ou pirólise.

O primeiro plástico apareceu na segunda metade do século XIX.

O plástico está muito mais presente no nosso diaa-dia do que em garrafas, palhinhas, embalagens e sacos de plástico de uso único. O plástico que não vemos está presente nas construções e canalizações, nos veículos (carros, motas, barcos, aviões..), cabos de alimentação de energia, telemóveis, computadores, pequenos e grandes eletrodomésticos, máquinas industriais, têxteis, máquinas de fitness, equipamento médico e de investigação cientifica descartável, entre outros.

Quantos de nós se imaginavam a levar água ou guardar alimentos, sem ser num recipiente com alguma componente plástica?

O plástico é inimigo por ser extremamente cómodo à maneira egocêntrica de viver do ser humano. Claro está que tem muitas vantagens..! Começamos pela durabilidade. O plástico dura média de 35 anos intacto e tem propriedades que o tornam moldável em quase qualquer coisa, sendo ainda assim resistentes ao calor e à água. Na grande maioria, é tão resistente que não parte. Tudo isto por um valor económico significativamente pequeno – que tem um enorme peso na decisão entre este e qualquer outro material. O seu poder hermético reduz o desperdício alimentar e previne a contaminação de líquidos, não só na alimentação, mas no armazenamento e transporte de produtos tóxicos/nocivos.

No que toca às desvantagens…

A primeira e mais obvia é o facto de serem sintetizados a partir de combustíveis fósseis. Cerca de 4% do petróleo e gás natural extraído vai diretamente para a indústria do plástico. Este número pode chegar aos 20% caso o ritmo de uso de plástico aumente ao nível que tem aumentado. A durabilidade e resistência podem ser, também, uma desvantagem. Durante muitas décadas, o plástico foi posto em aterros e atirado a cursos de água doce e ao mar, sendo um enorme perigo para a flora e fauna, quer terrestre, quer marinha. Quantos já viram imagens de plásticos à volta de tartarugas e focas? Mas o perigo vai muito além desse.

Os polímeros e monómeros acabam por se ir desagregando em microplásticos/ nanoplásticos e sendo ingeridos pelos peixes, entrando assim na cadeia alimentar e prejudicando, para além da morte, a ingestão de substâncias nocivas e cancerígenas – acabando por chegar inclusivamente aos humanos. Para acrescentar ao facto de não serem biodegradáveis, os plásticos só podem ser reciclados certo número de vezes e só se não forem contaminados por exemplo com gorduras.

Os plásticos são dos maiores poluentes do mundo, sendo que existe um “continente” de plástico a flutuar no oceano pacífico com tamanho estimado de 80 000 toneladas de plástico e ocupando 1,6 milhões de km2.

Muitas vezes queremos contribuir para um ambiente mais sustentável e não sabemos quais plásticos são menos nocivos ou que podem ser reciclados. Nós ajudamos!

Os plásticos dividem-se em duas categorias: os termoplásticos e os termorrígidos. Os primeiros são compostos por polímeros não sofrem uma reação química e fundem a altas temperaturas, logo são recicláveis. Já os segundos são compostos por polímeros que sofrem uma reação química irreversível que não permite que se transformem noutro objeto.

Termoplásticos

Polietileno tereftalato (PET) (1) é o plástico do qual são feitas as garrafas, os cosméticos, os frascos de uso alimentar ou hospitalar, fibras têxteis. Pode ser reciclado excepto quando é misturado com outros materiais – por exemplo nas fibras de roupa que são misturadas com algodão.

Polietileno de alta densidade (PEAD)(2) é muitas vezes chamado o plástico “verde” dado que pode ser produzido por outras fontes vegetais que não o petróleo. É reciclável. Encontramos PEAD em embalagens de detergente e óleo, sacos de supermercado, tampas, etc.

Policloreto de polivinila (PVC) (3) é encontrado em embalagens de água, maionaise, sumos, tubos de águas de esgoto, material hospitalar como bolsas de sangue, brinquedos, embalagens para medicamentos. É muito resistente e pode ser reciclado se separado de outros plásticos. Possui uma substancia cancerígena chamada dioxina.

Polietileno de baixa densidade (PEBD) (4) encontra-se também em sacos de compras, película de tetrapack, fraldas descartáveis, sacos do lixo. Tal como o PEAD, pode ser feito através de outras fontes vegetais, sendo assim também reciclável e “verde”.

Polipropileno (PP)(5) é um plástico usado em caixas de alimentos, embalagens industriais, tubos de agua quente, fios e cabos, peças automóveis, fibras para tapetes, seringas, cordas, entre outros. É, também, reciclável. No entanto existe uma variante do PP chamada BOPP (pelicula de polipropileno biorientada), um plástico metalizado presente em plásticos de bolachas, que é mais difícil de reciclar.

Poliestireno (PS) (6) é um plástico muito usado e reciclável. Encontramos PS em copos descartáveis, portas de frigoríficos, copos de iogurte, pratos e talheres descartáveis. É uma resina termoplástica.

Poli ácido lático (PLA) (7) é o rei dos plásticos verdes. Para além de reciclável, é compostável, biocompatível e bioabsorvivel. Pode obter-se a partir do amido de beterraba e outros vegetais. Pratos e copos descartáveis, canetas, sacos de plástico, embalagens e recipientes são objetos onde o encontramos. Quando misturado com outros plásticos torna-se difícil de reciclar.

Termorrígidos

Poliuretano (PU) (7) é mais comum do que imaginamos. Cinzeiros, peças industriais, sola de calçado, espumas de colchoes e sofás, interruptores, telefones e telemóveis, esponja da loiça, pranchas de surf, peças elétricas entre outros são feitos de PU. Este polímero não é reciclável, ou de reciclagem muito complicada.

Acetato-vinilo de etileno (EVA) (7) é um material flexível e usado em chinelos, equipamento de ginásio, brinquedos, solas de sapatos. A sua reciclagem é muito difícil e pouco comum.

Baquelite (7) foi o primeiro plástico sintetizado. É uma resina que dá origem ao polímero polifenol. É resistente e infusível, barata e usada em cabos de panela, componentes de telefones e casquilhos de lâmpadas. É pouco usada, era um plástico muito usado no inicio dos plásticos. A sua reciclagem é difícil e invulgar.

Resina fenólica (7) é um plástico usado como isolante elétrico e térmico e usado em revestimentos, adesivos, tintas e vernizes. Esta resina não é reciclável.

Existe uma designação mais recente – o plástico oxidegradavel ou “oxibiodegradavel”, em que se inserem os termoplásticos PP, PE, PS e PET. São plásticos que podem ser degradados pelo oxigénio, sendo usados aditivos que facilitam a sua degradação. A componente negativa deste processo é a criação de micro e nanoplásticos.

O mais importante é sabermos o que estamos a comprar, através dos respetivos símbolos….e ...fazer bom uso dos plásticos até não servirem, fazendo posteriormente a correta separação dos mesmos de modo a reduzirmos a nossa pegada ecológica.

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